30/11/2010
Um ano redondo
No dia 30 de novembro de 2009, uma segunda-feira, exatamente as 12:45h, horário de Brasília, Roberto Strabelli jogou nas ruas sujas de Pirassununga sua última bituca de cigarro. Era um Free light.
O sol brilhava, os pássaros cantavam e Roberto sorria, na certeza de que o novo ano que se aproximava traria toda a dor e sofrimento que só a abstinência de 13 anos de vício poderiam proporcionar.
Hoje, exatamente um ano depois, Robertão está alegre e satisfeito mesmo ainda sofrendo intermitentes surtos de desespero e fissura galopante.
O blog supercaras, na pessoa do seu mais importante colaborador, conseguiu uma curta e exclusiva entrevista com o artista num dos seus intervalos de inconsciência, onde ele falou um pouco sobre como tem passado:
Olá Roberto, obrigado por nos conceder essa entrevista. Primeiramente gostaria de perguntar por que você parou de fumar e como se sente hoje em comparação a um ano atrás.
Olá Max, sempre fico feliz em conversar com você. Posso afirmar sem titubear que você teve um papel importante na minha decisão de para de fumar. Acho que muita gente não sabe e aproveito essa entrevista pra informar aos meus fãs que o Max aqui é o meu dentista. Foi ele que disse na minha cara que se eu não parasse de fumar ficaria com a boca toda podre em pouco tempo. Inclusive me mostrou algumas fotos coloridas e horrorosas pra apoiar seus argumentos. Foi bem convincente, seu viado.
É o meu trabalho, você sabe.
Sei, botar terror nas pessoas. Bom, enfim, a partir desse dia eu comecei a pensar em parar de fumar, de novo.
Essa é a terceira vez, né?
Sim, na primeira vez fiquei seis meses sem fumar. Isso foi em 2000, acho. Depois tentei de novo em 2003 e fiquei um ano longe do cigarro.
Então quer dizer que há chances de você cair na asneira de voltar a fumar?
O organismo se adapta e a dependência da nicotina some com o tempo, mas toda a parte psicológica da coisa demora pra desaparecer, se é que desaparece. O vício do tabaco é foda, cara.
Ou talvez você é que seja fraco demais.
Pode ser, vou perguntar isso pro meu novo dentista.
Calma, estamos apenas conversando. Mas me diga, você se sente mais saudável, o que mudou na sua vida?
O cigarro detona a saúde até nos mínimos detalhes como o viço da pele. Me sinto fisicamente mil vezes melhor, apesar de ter engordado um pouco.
Dez quilos não me parece pouco.
É, vou falar sobre isso com meu novo dentista também.
E como está sua vida social e amorosa?
Bom, continuo sendo o mesmo anacoreta, mas agora não tenho receio de estar fedendo ou com bafo de cinzeiro. Fico mais a vontade de me aproximar das garotas.
Só das garotas?
E da sua mãe e da sua irmã.
Calma, estou brincando, porra! Dá pra ver que o seu bom humor queimou junto com seu último cigarro. Tudo bem, diga o que quiser, seu maluco, você sabe que eu vou cortar isso tudo depois, né?
Não vai não. Eu que faço a revisão dos seus posts, esqueceu? E esse gravador aí é meu, eu que vou ter que transcrever essa merda.
Tá certo, então vamos terminar logo com isso. Pra terminar, me diga em poucas palavras o quanto valeu a pena ter abandonado o vício.
É difícil mensurar o quão vale a pena porque é pouco tempo. Um ano é pouco em se tratando de se livrar de um vício tão forte. Mas posso dizer que tomei uma decisão que afeta muito o meu futuro, uma das poucas decisões das quais nunca me arrependerei.
Ok, obrigado pela entrevista. Você vai ter que pagar pela consulta, sabe disso, né?
Só se você fizer pelo menos uma limpezinha, doutor.