17/12/2010

Pirataria de livros digitais cresce em ritmo acelerado

Acho até que demorou!

Finalmente o livro digital está caindo nas graças do populacho e aos poucos o livro em papel segue o mesmo caminho trilhado pelo LP.

Junto com o crescimento acelerado das vendas de leitores digitais como o Alfa, o Kindle e outros além do iPad e seus clones, tem aumentado a procura por livros em formato digital, principalmente os "gratuitos".

Isto já era previsto, não? Mas acho que as pobres editoras não enxergavam. Assim como não perceberam também que a digitalização e distribuição de livros na Internet já é antiga e estava apenas aguardando a tecnologia que tornaria possível a leitura confortável em telas digitais.

Muita gente vai perder o emprego na indústria editorial e os autores que já não ganham lá muito por seus livros também irão sofrer, mas tudo isso é uma fase.

Mal posso esperar para ouvir os aficcionados por livros de madeira dizendo "nada se compara a ler Dom Quixote em folhas de papel de verdade", similarmente ao que acontece com os defensores do LP.

Mas a questão aqui não é quem está certo ou errado, ou quem defende isso ou aquilo. O mundo digital e o futuro da leitura estão lá no horizonte, cada um o enxerga e o descreve a seu modo. Isso não muda o fato de que ele vem ao nosso encontro.

Pois é. Cada um puxa a brasa para a sua sardinha...

Mas isso tudo não é nada que já não tenha sido previsto pelos profetas. É a grande tendência de libertação do conteúdo em relação ao seu suporte. Quem sabe um dia não possamos também viajar pelos fios como bolas de luz azul, libertos do nosso corpo físico? Que viajem, heim? Mas é só pra quem tem conteúdo, sorry.

Isso me deu uma boa ideia pra uma religião... Pequenas seitas, grandes negócios, manolo!

Mas... voltando ao assunto, podemos rapidamente traçar um paralelo entre os discos e os livros, já prevendo o que veremos daqui pra frente:

• Fim da supremacia das grandes editoras.
• Queda vertiginosa da venda de livros.
• Surgimento e fortalecimento do escritor independente (e suas obras publicadas sem correção gramatical, do mesmo modo que temos as músicas horríveis e mal gravadas hoje).
• E nunca mais teremos um Machado de Assis (diria Gene Simmons se fosse brasileiro).

O IMPACTO SERÁ GIGANTESCO

Acredito que o impacto da transição para o mundo digital será diferente em se tratando dos livros, imensuravelmente maior do que o que ocorreu com a música e o cinema, porque esses dois últimos se limitam basicamente a diversão e ao entretenimento, enquanto que o primeiro não tem limite algum, abarca esses dois e extrapola.

Então o que veremos será talvez a consolidação da sonhada democratização do conhecimento. São tantas as mudanças implicadas nisso que eu chego a ficar tonto! Sei que é difícil pra sua cabecinha materializar isso (brinks!), então vou dar uns exemplos: nada mais de crianças carregando bolsas enormes e pesadas, extinção do plágio literário, milhares de árvores salvas. E isso é a curto e médio prazo. Talvez eu e você vejamos isso com esses olhos que a terra há de comer.