11/02/2011
E vamos nós de novo
...falar sobre aquele lance de ser e não ser vegetariano, ou melhor, ser vegetariano só da boca pra fora.
Pois então, acabei comprando um livro que versa sobre esse dilema. Caiu na minha mesa uma resenha sobre o "Comer animais", de um sujeito de nome engraçado, Jonathan Safran Foer. Até então, ele era conhecido por duas boas ficções, mas de repente resolveu lançar esse livro contando sobre o dilema alimentício que passou com a chegada de um filho.
Li um trecho do livro, gostei, tá encomendado. Parece ser uma mistura de reportagem com reflexão filosófica e reminiscências da infância. Você sabe, aqueles textos bem pessoais, despretensiosos e que são gostosos de ler. Como esses que você encontra aqui :)
Vegetarianismo é um tema espinhoso. Só de ouvir a palavra, muitos já sobem as guardas e soltam as piadas. Assim como um ex-fumante chato ou um ecochato, um vegetariano militante também é igualmente odiado. Ninguém quer ser catequizado, não é?
Quando parei de fumar fiquei com meu olhar superior pairando sobre todos os fumantes a minha volta durante algum tempo, mas aos poucos fui suprimindo esse sentimento nocivo. Também tento resistir ao velho "bom pra mim, bom pra você" e ficar agarrando o braço de todo fumante e falar sobre as benesses de ter os pulmões limpos como uma esponja nova. Mas não é fácil, porque é uma tendência humana querer compartilhar o que consideramos bom pra nós. Obviamente, os mais próximos são os principais alvos no nosso proselitismo.
Enfim, é preciso ter paciência. Você precisa ter paciência, manolo. Com os ecochatos, vegetarianos e ex-fumantes. E também comigo.
Leia essas resenhas do livro, caso tenha ficado interessado. Uma da Folha, uma do Estadão e uma
do iG.
“A pior parte foi perto do fim. Um monte de gente morreu bem no fim, e eu não sabia se ia conseguir sobreviver por mais um dia. Um fazendeiro, um russo, que Deus o abençoe, viu meu estado, correu até sua casa e voltou com um pedaço de carne para mim.”
– Ele salvou sua vida.
– Eu não comi.
– Não comeu?
– Era porco. Eu não ia comer porco.
– Por quê?
– Como assim, por quê?
– Porque não era kosher, é isso?
– Claro.
– Mas nem mesmo para salvar a sua vida?
– Se nada importa, não há nada a salvar.