longe vai
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O que está acontecendo?

28/02/2011

Know-how de segunda mão

Para completar o post anterior resolvi escrever minha história de vida com computadores. Também aproveitando para esclarecer minhas origens, já que antes desse blog se tornar absurdamente afamado eu não existia oficialmente na Internet. De repente você pode ficar encafifado e se perguntar "afinal de contas, quem é esse tio Roberto e de que buraco ele saiu?".

Minha memória não me trái, ela me trolla, então não vou ser preciso na cronologia. Senta que lá vem a história.

O primeiro computador que eu tive na vida foi um TK 95, essa belezinha aqui:

Microdigital TK95

Era de segunda mão e eu o comprei ou troquei com alguma coisa, sei lá. Era colorido, um grande diferencial na época, com incríveis 3,58 MHz de velocidade do processador e 48KB de memória RAM. Deve ter sido lá pelos idos de 89 ou 90. Junto veio uma infinidade de fitas K7 com programinhas e joguinhos. Você ouviu direito, eu disse K7, aquelas fitas magnéticas que seu bisavó punha no som do DKW dele. Essa maravilha da tecnologia desapareceu da minha vida não faz tanto tempo assim. Tenho um pouco de remorso por não ter guardado, mas não muito.

O funcionamento era muito bizarro. Pra usar um determinado programa, você ligava nele a saída de fones de ouvido de um gravador e tocava a fita K7 que continha esse programa. Sabe aquele som de modem discando? Pois então, você ouvia esse som por alguns minutos enquanto a tela da TV (sim, ligava na TV) piscava em um jogo de cores psicodélicas. Demorava um século para carregar qualquer coisa. Por exemplo, você podia carregar um editor de textos que se parecia com isso:

Janela do programa de texto

Da mesma forma que você carregava o programa "ouvindo" a fita K7, você podia salvar dados gravando numa outra fita. Brinquei bastante com esse microcomputador, jogando uns joguinhos até que bem elaborados e com bons gráficos, além de fuçar um pouco em linguagem BASIC e LOGO. Aliás, lembro que cheguei mesmo a ter aulas de informática no primeiro grau que se limitavam a ensinar comandos em linguagem LOGO.

Em algumas revistas de eletrônica do meu irmão havia páginas com "receitas" enormes em BASIC. Você digitava aquela merda toda só pra ver o computadorzinho desenhar um chapéu tosco na tela. Mais ou menos nessa época, tive uma meia dúzia de aulas de datilografia. Graças a elas hoje consigo digitar relativamente rápido usando 4 dedos.

Voltando um pouco antes de tudo isso, em algum ponto entre 85 e 87, meu irmão apareceu em casa com um Atari novinho em folha. Na verdade era um clone e se chamava Dactar, da Dynacom:

Videogame Dactar

Foram horas e horas de alegria e alienação que dividíamos entre quatro irmãos. E foi um vai e vem de cartuchos sem fim, emprestados, perdidos, trocados e roubados. Apesar de gostar de games esse meu lado não se desenvolveu muito.

Agora nessa história entra um personagem chamado "meu amigo Chico". Meu amigo Chico me deu (ou vendeu, ou trocamos, sei lá) meu próximo pseudo computador que foi esse Commodore aqui:

Commodore 64

Isso deve ter sido em meados de 93. Aqui temos um hiato na história porque não me lembro de ter usado essa coisa. Acho que estava quebrado ou sei lá. Apenas lembro que veio junto um enorme drive de disquete externo, tão grande quanto ele. Bizarro.

O próximo item nessa lista de relíquias já é um PC de verdade, um PC (AT ou XT?) completo com monitor de tela verde, semelhante a este:

Computador XT

Esse eu tenho quase certeza que meu amigo Chico me deu. Deve ter sido lá em 94 ou 95. Também não lembro muito como usei esse trem. Era uma coisa horrivelmente verde e sem graça. Lembro que pesava uma tonelada.

Em seguida já estamos em 1998 e meu amigo Chico me dá aulas de informática no computador dele para um concurso público que eu ia fazer. Acho que era Windows 95. Eu fico encantado com a boniteza dos gráficos e com uma ferramenta mágica chamada "mouse".

Meu próximo contato com computadores foi pouco tempo depois, se não me engano com um 486 usado que meu irmão descolou. Horrivelmente lento e que travava muito. Nem lembro que sistema operacional era, talvez windows 3.11? Ficamos pouco tempo com ele.

Só fui ter contato íntimo e pessoal com um computador mais moderninho em 1999 na faculdade, quando pude sentar na frente de um daqueles de 166MHz já com monitor VGA, abrir um programa chamado Netscape e conhecer melhor uma coisa chamada Internet. Já sabia alguma coisa sobre ela e sobre html que aprendi junto com meu amigo Chico, quando ele resolveu criar um site para nossa banda de rock, mas foi na faculdade que me iniciei na nobre arte de programar em html e fazer algumas experiências com essa linguagem, engatinhando na criação de homepages. Depois de algum tempo assumi o comando do site da banda.

Em 2002, fui chamado para preencher uma vaga na prefeitura, daquele concurso que falei (valeu as aulas Chico) e passei a ter um computador de trabalho só para mim. Acho que rodava Windows 98, mais logo veio um novo com Windows XP... Quando alguém me perguntou se eu sabia "mexer com computador" eu e minha boca grande viramos uma espécie de faz tudo da informática. Apenas uma observação: nesse período o acesso a Internet era bem limitado e era acesso discado.

Depois que comecei a trabalhar, comprei dividindo com meu irmão um computador novinho, mas que era muito mal montado, com uma placa mãe PC Chips que vivia travando.

Inversamente a condição da minha banda, fui tentando melhorar o nosso site. Cheguei a brincar e aprender muito sobre Flash, mas quase nada saiu do rascunho. Mais ou menos em 2003 ou 2004 comecei a ter acesso rápido no trabalho e a coisa ficou mais fácil.

Apesar de ter acumulado até então bastante conhecimento sobre criação de websites, foi apenas em fevereiro de 2009 que entrei na blogosfera, quando por sugestão do meu amigo Chico eu criei meu bloguizinho pessoal chamado longevai. Antes disso, em 2008, eu já havia transferido o site da banda supercaras para o formato de blog, mas até então eu não tinha uma boa impressão e nem conhecimento sobre blogs em geral. Até 2008 a blogosfera era para mim apenas um monte de textos inúteis que poluíam as buscas no Google. Quando comecei a escrever na Internet e ler alguns blogs, minha visão mudou bastante e continua mudando.

Em fevereiro de 2010, registrei o supercaras.com e criei esse blog como suporte complementar ao site da banda supercaras, que agora está no palco mp3. A partir daí você já me conhece, manolo.

E é isso.