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O que está acontecendo?

06/07/2011

Considerações atuais sobre o Positivo Alfa e outros e-readers

Comprei o Positivo Alfa já na pré venda, em julho de 2010. Assim que o recebi, virei ele do avesso e logo fiz um review. Horas depois descobri e ensinei um truque para tirar melhor proveito do aparelho.

Isso já está completando um ano e o cenário dos aparelhos portáteis mudou bastante nesse período. Na época, o Kindle e o Nook já se consolidavam como ótimos suportes substitutos do papel, enquanto que vários e-readers similares começavam a pipocar (o Alfa entre eles). Também aconteceu o sucesso avassalador e chegada ao Brasil do iPad da Apple, trazendo de arrasto trocentas cópias e similares e tomando até espaço dos aparelhos específicos dedicados a leitura. Quem não acreditou na supremacia desse tipo de equipamento, agora dobra a língua ao ver que o formato deu certo e veio pra ficar.

Como meus posts específicos sobre o Alfa alcançaram um sucesso estrondoso, mesmo já indo lá um ano, ainda recebo milhões de mensagens contendo muitas dúvidas acerca de ler usando dispositivos eletrônicos. Achei que seria bom pontuar algumas coisas a cerca do Alfa e dos leitores na atualidade.

Eu estou (ainda) tentando vender o meu Alfa. Se você leu esse post aqui, deve saber por quê. Mas enquanto não consigo convertê-lo em grana, continuo tranquilamente usando-o. Não me entenda mal, gosto dele mas acredito que vou gostar mais ainda de um iPad

Pois bem. Dividi em tópicos as principais dúvidas e ideias a cerca do Alfa, tablets e leitura digital.

O Alfa é um bom leitor?

Sim, é. Como leitor dedicado exclusivamente à leitura, ele não deixa nada a desejar frente ao Kindle, por exemplo. O problema do Alfa é unicamente a marca. A Positivo cometeu dois erros com o Alfa: primeiro no firmware porcamente feito e cheio de limitações. Felizmente isso pode ser resolvido, pois existem outras opções que melhoram muito a experiência de uso do aparelho. O segundo erro é imperdoável e se divide em 3: a qualidade do material, a garantia e a assistência técnica.

Se você procurar na web, encontrará vários relatos de consumidores que tiveram a desagradável surpresa de verem seus leitores pararem de funcionar de uma hora para outra, às vezes não sabendo a causa ou mesmo após um leve aperto na tela ou pequena queda. E quando procuram a assistência técnica, mesmo se oferecendo para pagar o conserto, descobrem que o aparelho não é do tipo que se desmonta e substitui-se uma peça danificada. Se o aparelho quebra, vai todo pro lixo e a garantia da Positivo se exime de qualquer dever em trocar o produto. É a velha fama de produtos de baixa qualidade que a Positivo aparentemente não se importa de carregar. O Alfa é montando na China, como quase tudo atualmente, e é apenas um dos muitos clones do N618 da 4FFF. O que muda em relação aos outros? O controle de qualidade, que no caso da Positivo, fica próximo ao chão.

Então, fica o meu conselho se você possui um Alfa: trate-o com carinho e segure-o com as duas mãos, como se ele fosse um livro muito raro.

Outra coisa a se lamentar é o preço, que continua salgado. Felizmente agora existem concorrentes, como esse aqui, por exemplo.

Não é ruim ler em telas eletrônicas?

Depende unicamente dos seus olhos e da tela em questão. Faça um teste: reduza bem o brilho do seu monitor e tente ler um texto longo nele. Se você chegar ao final sem se incomodar, ficar com olhos ardendo ou se sentir desconfortável, parabéns, você se adaptou sem problemas.

Se foi incomodo, ainda existe uma chance de você se dar bem com telas e-paper, que são aquelas que não emitem brilho e são feitas apenas e tão somente para leitura. São essas que vem em aparelhos similares ao Kindle, como é o caso do Alfa. Se você nunca viu uma de perto, acredite, é bem interessante. Veja isso para ter uma ideia melhor do que estou falando.

Se ler no monitor não foi ruim, você com certeza gostará muito de olhar uma tela e-paper e também se dará muito bem lendo num iPad.

O que é melhor pra ler, um leitor tipo Alfa ou um tablet como o iPad?

São propostas diferentes e não devem ser comparados. Nos dois é possível ler, mas apenas com um você pode fazer isso debaixo do sol ou encostado numa árvore num dia claro e lindo. Por outro lado, com o outro você também assiste vídeos e pode jogar games, editar textos etc. Um grande diferencial que conta muito na hora de se recostar para ler é que o Kindle ou o Alfa são super leves, enquanto que o iPad (e outros tablets em geral) pesam mais ou menos meio quilo. Isso pode fazer muita diferença.

Ler no papel não é bem melhor do que nessas bugigangas?

Você decide isso. Eu poderia ficar aqui falando sobre como esse fetiche do papel está fadado a desaparecer ou então como é bacana estar lendo um livro normal e uma garota se interessar pelo título e puxar conversa, mas não vou. Só posso falar de mim, então vou contar um fato corriqueiro que aconteceu comigo.

Comecei a ler um livro que por coincidência também possuia em formato digital. Ora, optei por ler a versão em papel porque eu realmente prefiro ler no papel. Mas aconteceu que o livro era grosso e um tanto quanto pesado, bem mais que os 240 gramas do Alfa. Então troquei o papel pelo digital e continuei lendo o livro da maneira que considerei mais confortável. Pronto.

Pra quem já leu muitos livros grossos usando um Palm m125 e um Samsung BlackJack, o Alfa é um paraíso. Mas talvez você não tenha essa facilidade que eu considero uma versatilidade minha. Pra você talvez seja incomodo ler em superfície que não seja de papel. Muitas pessoas são assim. Atente apenas para ter certeza de que não é um bloqueio apenas de hábito ou cultural.

Se você gosta bastante de ler e/ou precisa ler muito e está indeciso em investir ou não num leitor dedicado, aconselho que você pegue nas mãos e experimente um desses genéricos do Kindle.

É isso.