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O que está acontecendo?

02/12/2011

Vídeo game portátil MD Play – um review

Há setecentos anos, no planeta Aries, um garoto conhecido como Alex Kidd vivia no Monte Eterno. Ali ele treinava o Shellcore, técnica que permitia alterar e endurecer as mãos a ponto de conseguir quebrar pedras com elas.

Meu interesse por videogames já foi maior, mas me recordo com carinho de Alex Kidd in Miracle World, um dos pouquíssimos que joguei até gastar os dedos e o cérebro.

Recentemente dei pro meu irmão um videogame portátil da TecToy que vem com 20 clássicos da plataforma Genesis/Sega, do Mega Drive. Um brinquedo que me surpreendeu bastante.

Esse gadget é mais um exemplo de produto OEM, pois é vendido no mundo todo sob vários nomes. Funciona como um console Mega Drive de 16bits tradicional. Bem, segundo os aficcionados, não chega perto do original, mas pra muitos, onde me incluo, tem lá suas vantagens e encanto. Vamos ao review!

O MD Play é na verdade um emulador portátil, semelhante ao Dingoo. A TecToy lançou, além do game, dois cartões SD com (poucos e horríveis) jogos adicionais. Isso mesmo, cartões SD, o gadget tem um slot.

Não demorou muito para que alguém descobrisse que bastava copiar o arquivo .bin da ROM de um jogo dentro de uma pasta chamada GAME no cartão para que o emulador o rodasse. Bingo!

A partir daí o gadget teve o custo/benefício repensado e desapareceu magicamente das gôndolas. Por que será? :) Isso foi em 2009.

Imagine isso: existem arquivos torrent disponíveis com 2GB de ROMs da Sega/Genesis. O céu é o limite. É bom lembrar que, para não sofrer penalidades legais, você precisa ter os cartuchos originais se pretende usar esse recurso.

Hoje, passada a correria do estouro da boiada, é possível encontrar o MD Play sendo vendido online em algumas poucas lojas. Tenha apenas o cuidado de não confundi-lo com o Mega Drive Portátil, que é um modelo com caixa parecida, com apenas 3 botões, sem slot de cartão SD e que usa pilhas.

Na página do produto, no site da TecToy, existe uma lista de lojas que vendem o brinquedo. Quando consultei, apenas as lojas Casa & Vídeo e Girafa o tinham em estoque, mas procurando você o encontra em outras lojas online.

O QUE VEM?

Na caixa de papelão reforçado, muito bem caprichada e feita para ser usada como berço do brinquedo, acompanham o manual simples, o cabo USB e a fonte e o cabo para conexão com TV. Tudo com aparência de boa qualidade. Ponto negativo para ausência de fones de ouvido e o grave erro, tanto no manual como no fundo da caixa, que mostram a colocação do cartão SD de maneira totalmente errada. Tive que observar bem a fenda para adivinhar a posição correta de inseri-lo.

Os 20 jogos que vêm na memória são esses:

CONTROLE NAS MÃOS

O portátil tem um design bonito e é bem leve. Nas fotos a aparência é de emborrachado, mas ele não é. Os botões não tem grande firmeza, parecem um pouco frouxos, mas nada que prejudique a jogatina, porque a resposta é precisa como no controle original. Eu sei disso porque tenho um console de verdade e vários cartuchos aqui do meu lado ;)

Todos os botões padrão estão presentes na parte frontal, incluindo os 3 botões extras que nunca vi jogo algum usar.

Na parte inferior estão a saída de fones de ouvido e o botão liga/desliga. Na parte superior, a luz indicativa de ligado, a entrada mini USB para fonte, o slot de cartão SD e o controle de volume. Na parte frontal temos os botões direcionais, botões A, B, C, X, Y, Z, Menu, Start/Pause e uma interessante luz vermelha que acende quando a bateria está fraca. A autonomia da bateria interna é de 5 horas de uso contínuo, segundo o fabricante, mas é ampliada ao se usar a conexão de TV. O tempo de recarga também é de cinco horas.

JOGANDO

A qualidade da imagem na pequena tela de 2.8” é boa e suficiente para manter você concentrado durante o tempo necessário para lhe dar algumas dores no pescoço.

Por causa do tamanho reduzido e da localização dos botões direcionais e de ação, ele exige que você o segure na ponta dos dedos, diminuindo a firmeza principalmente se você for do tipo que pula junto com o bonequinho :D

A usabilidade em si é muito boa. Não há como compará-lo com emuladores de PC. Basta ligar, escolher o jogo e jogar. Simples e rápido como deve ser. Isso faz toda a diferença, e conquista qualquer um, mesmo que não seja fã de jogos antigos.

A exceção quanto a fluidez apenas surge ao acessar as listas de jogos no cartão, principalmente se forem muitos. Nesse caso, uma pequena espera é inevitável no momento de carregar o título, mas nada suficiente para causar irritação.

NA TV

É muito legal ligar o pequeno portátil na TV. As fotos abaixo não ficaram boas e não deixam claro, mas realmente a qualidade da imagem é melhor do que eu esperava. Tanto na tela do aparelho quanto na tela da TV.

É aqui que muitos aficcionados dizem que a diferença fica clara. Francamente não vi nenhuma perda significativa. Porém é fato que o brinquedo tem uma diferença substancial documentada, que é a qualidade sonora sofrível. Aparentemente, os sons são gerados uma oitava abaixo. Se você não é do tipo exigente quanto a características originais dos jogos, isso não fará nenhuma diferença. Talvez você sequer perceba.

O MD Play é uma boa escolha de presente para crianças ou mesmo adultos saudosistas dos games da era 16 bits. É o tipo de presente que você pode dar aos seus filhos sabendo que também vai se divertir muito.

MAIS INFORMAÇÕES

Assista esse vídeo. É um comparativo entre um MD Play (chamado aqui de Gopher) e o Retrogen, um console portátil de verdade.

E aqui um vídeo-review muito completo que vale a pena ser assistido inteiro, você verá a saída de TV em ação.

Mais informações aqui e aqui.