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O que está acontecendo?

01/05/2012

A beleza reside na simplicidade

Foto de uma praça

Contemplando essa foto, a gente percebe que as coisas bonitas costumam ser simples. No caso de uma praça, basta um bom serviço rotineiro de jardinagem para que ela se mantenha como um lugar agradável de estar. Não precisa de nada especial além de árvores e flores bem cuidadas. Infelizmente até mesmo uma inocente praça pode virar campo de batalha da vaidade humana, que é o que está acontecendo com a praça central aqui em Pirassununga.

Com seu jeito costumeiro, o prefeito anunciou um grande projeto de revitalização da Praça Conselheiro Antônio Prado e lá mandou suas máquinas para inicio imediato. Sem consultar a população antes, ele pretende recriar a principal praça da cidade seguindo seu bom gosto, felizmente dessa vez com os conselhos de uma arquiteta. Ora, estamos num ano eleitoral. Que prefeito não gostaria de fechar seu mandato reinaugurando o que talvez seja um dos poucos pontos turísticos de uma pequena cidade, tendo naturalmente ao seu lado a presença do seu pré-candidato para o próximo pleito?

Vindo na contra mão de planos tão dignos, temos uma fraca oposição política disfarçada no pedido de embargo feito por uma ONG. A praça, se não é tombada como patrimônio histórico, pelo menos fica ao lado do antigo Instituto de Educação, esse sim tendo suas características garantidas por tombamento. Pelo que sei, há restrições nesse tipo de caso. O resultado agora é uma praça que parece ter sido alvo de bombardeio, cercada por tapumes e sitiada por interesses escusos de todos os lados.

Eu me pergunto se antes de tudo isso acontecer a praça vinha sendo minimamente bem cuidada. Vinha? Lembro que o calçamento de pedras portuguesas estava bastante desnivelado, provocando tropicões em quem não costuma andar marchando. Uma simples rotina de podas, limpeza e manutenção, quando bem planejadas, é suficiente para manter qualquer praça funcional, ou estou muito enganado? Qual a grande necessidade de reformar uma praça inteira?

Precisamos de uma administração pública menos comprometida com aparências e mais engajada em hábitos de manutenção. Lembro aqui o exemplo mais próximo que conheço que é a praça do jardim Olímpio Felício, perto da minha casa e por onde sempre passo no caminho do trabalho. Durante todo o ano passado ela foi mal cuidada. Quando o mato crescia até um metro de altura, lá vinham os funcionários da prefeitura e cortavam até o chão, de qualquer jeito. Os bancos vivem sujos e quebrados. Iluminação ruim, quadra de esportes com alambrado todo arrebentado e piso mal cuidado, sem pintura. Agora a quadra está recebendo cobertura e cerca. Aposto que tudo estará lindo para as fotos e palmas na inauguração. E depois? E antes?

Esse mesmo problema que é visto numa praça pequena, de um bairro pequeno, pode ser constatado em toda a cidade. Como eu disse, temos uma administração que se ocupa com aparências e não realmente em administrar, e quando se mete a construir algo para o futuro, comete coisas como o Centro de Convenções, um prédio público novo tão mal planejado que sequer tem acesso para cadeirantes.

Manutenção preventiva adequada não chama atenção, portanto não angaria votos, justamente por não ser nada mais que a obrigação em qualquer boa equipe de administração. Afinal de contas, não é isso que é administrar? Resta torcer para que, através do voto democrático, possamos mudar isso na próxima oportunidade.